quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A Produção dos Combustíveis

Temos observado a presença de vários combustíveis sendo utilizados nos motores dos veículos, e isso tem levado as montadoras a classificar seus veículos por: Flex Power, Bi Combustível, Tetra Fuel. Mas será que conhecemos qual a diferença entre gasolina, querosene e óleo diesel? Será que temos as informações elementares da tecnologia dos combustíveis.

Alguns dias atrás poste um artigo falando sobre as características dos motores Flex utilizados nos veículos comercializados no país.

Desejo aqui iniciar mais um artigo que não tem a intenção de esgotar o assunto, mas apenas fomentar o desejo em cada um de nós leitores de conhecer um pouco mais e buscar novas informações que proporcionem a produção de conhecimento da cadeia de obtenção dos combustíveis a partir da extração do petróleo.

O "óleo cru" bombeado do subsolo é um líquido negro chamado petróleo. Este líquido contém hidrocarbonetos alifáticos (em inglês) ou hidrocarbonetos compostos apenas por hidrogênio e carbono. Os átomos de carbono se ligam em cadeias de diversos comprimentos.

Acontece que moléculas de hidrocarbonetos de comprimentos diferentes possuem propriedades e comportamentos diferentes. Por exemplo, uma cadeia com apenas um átomo de carbono (CH4) é a cadeia mais leve, chamada de metano. O metano é um gás tão leve que flutua, como o hélio. À medida que as cadeias ficam mais compridas, elas se tornam mais pesadas.

As quatro primeiras cadeias - CH4 (metano), C2H6 (etano), C3H8 (propano) e C4H10 (butano) - são todas gases e entram em ebulição a -107ºC, -67ºC, -43ºC e -18ºC respectivamente. À temperatura ambiente, a maioria das cadeias até C18H32 são líquidas e as acima de C19, são sólidas.

Os diferentes comprimentos de cadeia possuem pontos de ebulição progressivamente mais altos. Sendo assim, eles podem ser separados por destilação. Isto é o que ocorre em uma refinaria de petróleo: o óleo cru é aquecido e as diferentes cadeias são extraídas pelas suas temperaturas de vaporização.

As cadeias na faixa de C5, C6 e C7 são líquidos muito leves e claros, que evaporam facilmente e são chamados de naftas. Eles são usados como solventes. Fluidos de lavagem a seco podem ser fabricados a partir desses líquidos, como também solventes de tinta e outros produtos de secagem rápida.

As cadeias de C7H16 até C11H24 são misturadas e usadas na gasolina. Todas elas evaporam a temperaturas abaixo do ponto de ebulição da água. É por isso que se você derramar gasolina no chão, ela evapora rapidamente.

Em seguida vem o querosene, na faixa de C12 a C15, seguido pelo óleo diesel e óleos combustíveis mais pesados (como o óleo de calefação residencial).

Depois vêm os óleos lubrificantes. Esses óleos não evaporam de modo algum em temperaturas normais. Por exemplo, um óleo de motor pode ser utilizado o dia todo a 120 ºC sem evaporar. Os óleos vão de muito leves (como o óleo 3 em 1), passando por várias espessuras de óleo de motor, até óleos de transmissão muito grossos e graxas semi-sólidas. A vaselina também está incluída aqui.

Cadeias acima da faixa de C20 formam sólidos, começando pela parafina, depois piche e finalmente betume asfáltico, que é utilizado para construir rodovias asfaltadas.

Todas essas substâncias provêm do óleo cru. A única diferença entre elas é o comprimento de suas cadeias de carbono.

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